quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Mestre Antenor Vieira de Melo


Pego de surpresa nessa manhã 13.02.2013 com a noticia da morte de Antenor Vieira de Melo levando-me direto a Esquina de Peneira, onde encontrávamos com o mestre que chegava despojado e carregado suas grandes estórias sobre a vida e a arte. Começávamos quando ele chegava e não tinha hora para terminar, agente viajava sobre a musica que era as palavras do mestre, tantas estórias, tantos amigos em sua volta. Era a figura efervescente que liderava o papo, tanto sabia ouvir como se fazer ouvido, mesmo com a diabetes que lhe acompanhava há alguns anos. Uma estória entre tantas que encontrei na internet escrita por Ernesto Neves que segue abaixo.

O Casarão Vermelho de Maurício de Nassau
Por: Ernesto Neves*
Não sei quem inventou este boato. Uns dizem que leram nos livros de história do Brasil. Outros que a informação é encontrada num guia turístico de circulação nacional. Eu já ouvi de viva voz que o casarão vermelho da praça de São Pedro Mártir, no perímetro histórico da Cidade Alta de Olinda foi moradia do Príncipe Maurício de Nassau, segundo os guias turísticos de uma associação municipal, que se postam nas entradas da cidade e se colocam à disposição dos visitantes e turistas para contarem a história dos monumentos.
Esta estória ou história de casarão vermelho de Maurício de Nassau tem mais de 40 anos. Soube através dos estudiosos de Olinda que tudo começou quando um padre, na ânsia de criar emprego e renda, treinou jovens como guias turísticos e deu-lhes, de forma equivocada, esta informação.
Busquei esclarecer o assunto com um especialista, o professor e arquiteto Antenor Vieira de Melo, um dos discípulos do historiador José Antônio Gonsalves de Mello, a maior autoridade sobre holandeses no Brasil, diretor do departamento de arquitetura da UFPE, e ex-diretor geral da então Fundação-Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda – FCPSHO.
Antenor Vieira foi direto ao assunto: “Para Nassau ter morado no casarão, precisaria ter vivido por mais de 300 anos, pois nos sete anos do século XVII que aqui esteve, o imóvel não existia, e para reforçar o argumento, no período nassoviano, Olinda foi incendiada pelos seus patrícios, e que até hoje são devedores de indenização pelos danos incendiários requerida pelo ex-prefeito Germano Coelho, e não honrada”.
A verdade conhecida é de que o casarão vermelho pertence à família Costa Carvalho (médico Airton Costa Carvalho) foi reformado, no início do século XX, em estilo neogótico, um gosto de época difundido após a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro (a partir de 1808) que adotava o estilo neoclássico como seu emblema de dominação política-ecopnômica-cultural para as construções (influência francesa direta), obrigando a colônia a respeitar o gosto e a vontade de Lisboa. Uma reação ao barroco brasileiro. Dentro do neoclássico alguns sub-estilos vieram juntos: o neogótico foi um dos mais adotados. Na verdade o neoclássico era a volta do gosto pelo renascimento, por sua vez um retro do clássico greco-romano, que os impérios europeus utilizaram como símbolo de poder e riqueza. Para Antenor Vieira a arquitetura sempre foi usada com esta finalidade. E diz ele ainda que: “Portanto, a tal casa de Nassau é impossível segundo os padrões convencionais de tempo e espaço”.
Ao analisar tecnicamente o imóvel, o professor Antenor Vieira concluiu: “O pavimento superior foi acrescido, com janelas goticizadas, diferente do térreo com aberturas em estilo retangular neoclássico e lambrequins ornados, com detalhes de arremate das terminações dos telhados, em telha plana francesa, tipo Marseille, à semelhança dos chalés de Petrópolis.
O estilo sugerido pela Coroa Portuguesa, vai dar após a Proclamação da República, em outro estilo, o eclético, onde o conceito e o estado de liberdade republicana também é à francesa (liberdade, igualdade e fraternidade). O eclético permitia a escolha de estilo de todos os tipos, sendo usados individualmente ou misturados. A pequena burguesia emergente e os profissionais liberais, ao viajarem para a Europa, copiavam tudo o que viam pela frente.
A casa “principesca” da Praça de São Pedro Mártir de Olinda é um estilo mais para o eclético, com prevalência do neogótico adaptado em um casarão típico do neoclássico à semelhança de sua vizinha de esquina, que continua térrea e conservada como neoclássica. É meio desproporcional, entre o térreo e o pavimento goticizado superior, na realidade uma montagem de duas épocas e estilos diversos. Os ornatos da casa reformada são em metal fundido, vidros nas janelas, arremates comprados prontos, típicos no neoclássico, neogóticos e outros neos da época, até o eclético, onde estes materiais eram importados, inclusive pisos, azulejos, tintas a óleo, gradis das bandeiras, ferragens de portas e janelas, aquecimento para banho, etc... Vinham da Inglaterra, pois depois da revolução industrial de 1817, eram os ingleses os principais vendedores destes produtos.
Na minha visão de jornalista e com base nos ensinamentos do professor Vieira de Melo, esta é a verdadeira história do casarão vermelho do príncipe holandês Maurício de Nassau.
Ernesto Neves é jornalista e ex-secretário de Olinda


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Homenageados do carnaval de Olinda em 2013

Da esquerda para direita: Mestre Afonso Aguiar, compositor J. Michiles, artista plástico Thiago Amorim e o compositor Getúlio Calvacanti

MARACAMBUCO Homenageia Auristela Freire Dantas em 2013


 Nascida em 1940 na cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife, funcionária pública de Olinda, Auristela Freire Dantas será a grande homenageada do MARACAMBUCO no carnaval 2013. Por ser uma mulher que vive cultura e que sempre defendeu o MARACAMBUCO dentro e fora de Olinda, é que o grupo, em um justo reconhecimento a essa olindense e título (recebido da Câmera Municipal de Olinda) e alma, dedica-lhe a homenagem neste ano.

Ao longo dos vinte anos de existência da Nação MARACAMBUCO, o grupo sempre rendeu homenagens a pessoas que dedicam esforços a esse belíssimo projeto, portanto Auristela Freire Dantas não poderia ficar de fora do rol de homenageados.

Na gestão da prefeita Jacilda Urquisa (PMDB) Auristela Freire Dantas foi a coordenadora do carnaval da cidade de Olinda. Quem quiser conhecer a homenageada do Nação MARACAMBUCO no carnaval 203, é só acompanhar a extensa agenda de apresentações dessa estrela que a cada carnaval se torna mais iluminada, na qual Auristela também estará brilhando.

Para mais informações, acesse a página da Nação MARACAMBUCO.

htpp://WWW,maracambuco.com.br

No Olinda Hoje acesse

htpp://WWW.olindahoje.com/2013/01/maracambuco-homenageia-auristela-freire.html